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Fazendeiros do Pantanal vêm reclamando da invasão acelerada das pastagens nativas por vegetação lenhosa. Uma análise de Nunes da Cunha & Junk (2004) mostra que essa invasão reflete uma coincidência de vários fatores tais como ciclo hidrológico, socioeconômico, jurídico e político. Junk & Nunes da Cunha (2013) verificaram que os pecuaristas reivindicam o seu direito de “limpar os campos” retirando as espécies lenhosas como um pré-requisito para a manutenção da criação do gado com baixa densidade que é a base econômica da região. Além disso, o estilo tradicional da pecuária no Pantanal manteve a diversidade de habitats até o presente momento. No entanto, para muitos ambientalistas, a limpeza de campo é um "cavalo de Tróia" (Junk & Nunes da Cunha 2013), que finalmente leva ao desmatamento do Pantanal, a destruição de sua diversidade de habitats, e, portanto, uma perda do ecossistema das múltiplas funções, incluindo a diversidade de suas espécies naturais.

A expansão de árvores e arbustos sobre as comunidades vegetais dominadas por herbáceas é conhecida na literatura como woody encroachment ou bush encroachment (Archer 1995, Roques et al. 2001, Briggs et al. 2005, Ward 2005, Warren II et al. 2007, Eldridge et al. 2011, Ratajczak et al. 2012, Belay et al. 2013). Ela resulta em uma perda de habitats abertos naturais e cria preocupação aos ecologistas e gestores de terras (Van Auken 2009, Eldridge et al. 2012, Kgosikoma et al. 2012, Cable et al. 2013). O manejo sustentável dos pastos no Pantanal necessita o controle do avanço das plantas lenhosas para viabilizar a pecuária tradicional e para manter a diversidade das plantas herbáceas.

Subprojeto:

Fatores Ligados a Expansão de Combretum laxum e Vochysia divergens e Possibilidades de seu Controle